domingo, 6 de agosto de 2017

Menos é mais?


No final de semana passada, estava na casa da minha namorada, e após comermos um belo almoço feito pela sogra, fomos dar aquela famosa descansada pós-rango, e enquanto a pessoa do meu lado dormia, aproveitei para assistir a algum documentário no Netflix. Resolvi por assistir ao Minimalism: A Documentary About the Important Things. Ainda não tinha ouvido falar muito sobre minimalismo, e fui assistir sem conhecer muito sobre o tema. 

O documentário acompanha dois caras que estão divulgando um livro que eles escreveram sobre o minimalismo, indo de cidade em cidade, em programas de rádios, de TVs, etc. Joshua e Ryan, os dois caras do documentário, tinham uma vida boa, eram bem sucedidos no que faziam, e possuíam vários bens de consumo, porém, no fundo não eram felizes. Depois que Joshua perdeu a sua mãe e seu casamento veio a terminar num curto período de tempo, ele resolveu se desfazer das coisas que não agregavam valor a sua vida, que o fazia perder tempo. Então se desfez de boa parte das suas coisas, para enfim poder se concentrar no que realmente importava. O seu amigo Ryan, percebeu que seu amigo estava diferente, parecia estar feliz, mais tranquilo, e após saber o motivo, também decidiu se livrar das coisas que eram desnecessárias.



Não achei o trailer legendado, mas no Netflix tem as opções dublado e legendado.

Não vou ficar aqui falando sobre o documentário, quem quiser é só ir lá ver, mas gostei muito da ideia que eles procuram passar. Podemos ver muitas pessoas a nossa volta que trabalham e gastam o seu suado dinheiro apenas para comprar coisas, só se preocupam em adquirir as últimas coisas da moda, a ultima atualização. Vivem entulhadas de bens que geram despesas ou que no fundo nada agregam, comprometendo seus orçamentos por longos meses ou anos, só para bancar uma imagem para outras pessoas. E será que ficar nessa corrida vale a pena?

Todos nós temos que consumir coisas para viver, isso é obvio, e não estou querendo disser que temos que vender tudo e ficar só com duas mudas de roupa e um tênis. Mas no fundo, precisamos de bem menos para viver do que pensamos, ou que somos levados a acreditar.

Depois de assistir a esse documentário, me lembrei de um artigo que li no blog Valores Reais, intitulado Não faça gasto com coisas: faça as coisas gastarem. Pra mim, o artigo complementa a ideia do documentário, ou vice versa. Ou seja, podemos nos livrar das coisas que temos de modo desnecessário e usar, realmente gastar o que já temos. Pra que trocar o celular de ano em ano se ele ainda está em ótimas condições de uso? Só por que foi lançado um modelo mais novo?
Pra que trocar de carro se o seu ainda está rodando bem? Só por que é um modelo ultrapassado perto dos seus amigos de trabalho?

Já procurava fazer isso de modo inconsciente, pois sempre usava as minhas coisas até não estarem mais em condições de uso, pois para mim isso é meio lógico. Por que razão vou comprar um novo objeto A, se o meu objeto B ainda dá conta do recado? Mas sabemos que a maioria das pessoas não pensa assim, são bombardeadas todos os dias com propagandas, ou com "conselhos" dos amigos para comprar, e no final das contas acabam cedendo.

Acho esse assunto interessante para todo mundo, especialmente para quem está buscando a independência financeira, pois vai ao encontro daquilo que sempre é dito quando o assunto é finanças (frugalidade, poupança, liberdade...).

Acho que tudo em excesso faz mal, e nesse caso também. Gastar demais vai acabar te deixando endividado, comprometendo o seu futuro, e poupar em demasia, pode fazer com que não aproveite a sua vida como deveria vindo a se arrepender depois. Na minha opinião, devemos buscar sempre o equilíbrio.
Podemos olhar para as nossas coisas e perguntar o que realmente é importante e o que me faz perder tempo. Será que estou gastando as minhas coisas, ou acabo comprando por impulso? Será que realmente preciso de tal coisa? Eu consumo as minhas coisas, ou as minhas coisas me consomem?

Esse é um tema que dá muito pano pra manga, mas que vale a pena fazer uma reflexão e posteriormente, um esforço para aplicar em nossas vidas. Gostaria de finalizar esse post com a frase dita pelo Joshua que encerra o documentário: "Ame as pessoas e use as coisas, porque o oposto nunca dá certo”.

E também gostaria de deixar o link de outro vídeo que eu assisti já vai fazer alguns anos, mas que ainda se mostra muito atual, e tem a ver sobre o que foi falado aqui. Quem já viu vai poder relembrar, e quem ainda não assistiu terá a oportunidade de conhecer. O vídeo só tem 21 minutos, então não tem desculpa.




Até a próxima.

Um comentário:

  1. Olá, Em Busca da IF,

    Parabéns pelo blog, acabei de descobrí-lo.

    É interessante mesmo ver como o minimalismo se alinha com o movimento FIRE; parece que um alimenta o outro.

    Vi este documentário já faz um tempo, e estes dois caras (The Minimalists) realmente são o bicho. Nunca havia nem lido o site deles antes, mas depois de assistir, acabei lendo o livro deles, "All that remains" que Josh lê um trecho no filme, e depois o guia prático "Minimalism: live a meaningful life."

    Embora eu não pratique completamente o minimalismo (sou frugal, mas não completamente minimalista), vejo que isso têm influenciado ainda bastante o jeito que eu venho fazendo escolhas nos gastos: o que traz valor pra mim? O que é só uma impulsão?

    E realmente a frase mais poderosa está no fim do filme: "Love people and use things, because the opposite just doesn't work."

    Abraços e seguimos em frente!

    Pinguim Investidor
    https://pinguiminvestidor.home.blog

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